Estava assistindo a um jornal na TV Record onde vi os pais de uma menina de 5 anos de idade chorando a morte da filha estuprada e assassinada por um pedófilo. O fato ocorreu em uma cidade do interior do Estado do Rio de Janeiro. Isso me fez lembrar de algo semelhante que nos chocou e entristeceu em demasia, ocorrido em nossa cidade há alguns anos.
Uma menina de 6 anos de idade foi seqüestrada da própria casa, estuprada e assassinada com 16 facadas. Pude ver uma foto parcial do corpo dilacerado em um jornal de grande circulação na cidade. Fiquei me perguntando o que estavam fazendo Deus, Jesus e a turba de anjos nos momentos de agonia desta criança, quando o monstro a estava desnudando e em desespero ela lamentava a ausência dos pais. Com o que estas entidades divinas se ocupavam durante todo o tempo em que esta criança estava sendo estuprada? Imagine, depois de tanta degradação, o maníaco começando uma seqüência de 16 (dezesseis) facadas na criança amordaçada, a qual tentava inutilmente se defender com seus bracinhos frágeis que também eram cortados a cada tentativa de impedir as próximas perfurações. Perceba o sofrimento, as dores insuportáveis, o terror e o desespero ao qual esse pequeno, inocente e indefeso ser humano foi submetido. É lógico que pessoas sem empatia e insensíveis culpariam os pais de pecado, diriam que Jesus também sofreu, declarariam a simplória e insana frase “Deus sabe o que faz” e só perceberiam a barbárie se estivessem – ou seus filhos – sendo violentadas como esta criança e Deus, Jesus e os anjos assistindo a tragédia de camarote. As opiniões religiosas que defendem a omissão divina são desculpas formuladas há milênios e repetidas por gente que teme encarar os castigos que Deus promete aos seus questionadores. Se eu ou você estivéssemos presentes na ocasião certamente interviríamos, mas o que faz seres tão superiores a nós, tão mais justos, amorosos, misericordiosos e poderosos não intervirem? Simples: Não existem! São criações da mente humana para consolo psicológico devido à nossa impotência diante dos implacáveis poderes da natureza e de nossas próprias injustiças sociais.
Fonte:O Bom Herege - razão, fé, ciência e religião