sábado, 23 de fevereiro de 2008

O Último Suspiro



Em uma tarde fria e chuvosa
deitado em minha cama ao

som da chuva caindo e do vento,

senti que era chegado o momento de partir.

Senti meu coração bater cada vez

mais fraco, minha respiração

diminuia lentamente a cada segundo,

meu corpo ja branco e gelado se

comparava ao ar frio que se mantinha

no lado de fora da casa. Com muita dificuldade

olhei para o lado e percebi que algo se aproximava,

naquele momento diante dos meus olhos estava ele,

bem ali do meu lado, era o anjo da morte, que vinha

para acabar com o meu sofrimento.

Naquele momento eu vi a minha vida passar

diante de meus olhos como um filme, naqueles

poucos segundos percebi que minha vida não

tinha passado de um grande teatro muito bem

ensaiado, onde eu era o autor e ao mesmo tempo

o ator que vivia um personagem central. Tudo o que

eu falava durante o dia ja estava ensaiado para ser

falado em certo momento. 

Eu não passei de uma farsa

em vida. Talvez por isso recebi o castigo mais doloroso e triste, a morte.

Pelo menos uma coisa foi verdadeira em minha vida;

o amor que eu senti pela garota mais incrivel do mundo,

ela era diferente das outras, o sorriso, o olhar, 
o jeito de falar.

Ela era tudo para mim, ela era a água que eu bebia, o ar que eu

respirava, o sol que me iluminava, tudo me encantava nela. 

Ela foi o marco mais importante da minha vida. Quando eu estava ao lado

dela tudo mudava, todos os meus problemas acabavam, eu me sentia

uma pessoa de verdade, mas a minha ignorancia, a minha estupidez

acabou com tudo. Eu voltei a ser o que era antes, mas nunca deixei de ama-la.

O tempo passou e eu recebi a notícia que tinha somente dois meses de vida.

Mesmo assim continuei o grande teatro da minha vida.

O dia da minha morte chegou, ao meu lado estava o anjo da morte, só

esperando eu dar a mão a ele, não tinha o porque de lutar pela minha vida. 

A única pessoa que me ligava a vida não estava do meu lado, e eu

não podia força-la a estar. Sendo assim dei minha mão ao anjo da morte.

Quando ele a pegou senti escorrer pelo meu rosto o suor da morte. 

Naquele momento dei meu último suspiro em vida, assim adormecendo para sempre

Naquela tarde fria e chuvosa. 
 
Rafael L.C